Artrhopoda

    Os artrópodes (do latim arthros + podos = patas articuladas) são os animais mais numerosos do planeta, com cerca de 1 milhão de espécies catalogadas, compondo aproximadamente 84% do reino Animalia. São muito próximos do filo Annelida, tendo herdado destes a segmentação (metameria), o sistema nervoso e o desenvolvimento embrionário.

Caraterísticas Gerais:

• Triblásticos;
• Protostômicos;
• Tagmatização (fusão dos metâmeros para compor uma unidade morfológica funcional e especializada, ex.: cabeça, tórax e abdome dos insetos)
• Apresentam apêndices articulados (apomorfia);
• Exoesqueleto de quitina;
• Troca de exoesqueleto - muda ou ecdise (deixam pra trás o antigo exoesqueleto, chamado exúvia).

Modo de vida e habitat:

     Dentro do filo, encontramos animais de vida livre (a maioria dos artrópodes) e de vida parasítica (como pulgas e ácaros). Vivem em ambientes aquáticos (água doce ou marinha) e terrestres (desde desertos até pântanos), e são os primeiros seres vivos a conquistarem o ar, através de apêndices especializados para o voo: as asas.

Tagmatização:

    Os Tagmas são grupos especializados de múltiplos segmentos ou metâmeros coerentemente organizados em uma unidade morfologica funcional. Um bom exemplo é cabeça, tórax e abdome do insetos.

     Os ancestrais dos artrópodes apresentavam o corpo metamerizado (muito semelhante aos anelídeos), todavia, ao longo da evolução desse grupo ocorreu um processo de fusão desses metâmeros em grupos de segmentos especializados para realizar certas funções e anatomicamente diferenciados de outros segmentos.
     O processo evolucionário que criou os tagamata pela fusão e modificação dos metâmeros é chamado de ARTROPODIZAÇÃO, TAGMATIZAÇÃO OU TAGMOSE. Assim, os artrópodes apresentam, em consequência da tagmatização, o corpo divido em cabeça, tórax e abdome, sendo alguns artópodes ainda mais tagmatizados, divididos em céfalotórax e abdome.

Exoesqueleto:

  Os artrópodes desenvolveram um exoesqueleto de quitina rígido, cuja função é sustentar o corpo; revestir contra predadores, desidratação e danos mecânicos no geral; camuflagem, entre outras. Como consequência da rigidez do exoesqueleto, os artrópodes devem trocá-lo ao longo de sua vida para possibilitar o crescimento. Essa troca é chamada muda ou ecdise.

Grupos:

    Os artrópodes são divididos em cinco grupos: insetos, crustáceos, aracnídeos, diplópodes e quilópodes.

1. (UFU-MG - Adaptada) A que reino, filo e classe pertence o ser vivo representado?

Cite duas características de sua classe e dois outros seres vivos que também pertencem a essa categoria.

2. Aranha, Libélula e lagosta são invertebrados de um mesmo filo, mas pertencem a grupos taxonômicos distintos.

a) Cite duas características compartilhadas por todos e que permitem agrupá-los no mesmo filo.

b) Cite duas características exclusivas de cada um que os separam em grupos taxonômicos distintos

        Filo Annelida: do latim annelus, pequeno anel + o sufixo: idae = semelhante a. Inclui animais como minhocas, vermes marinhos e sanguessugas. Os anelídeos são encontrados em ambientes marinhos, de água doce e terrestres. Podem ser tanto parasitas quanto predadores. São divididos em 3 classes: POLYCHAETA, OLIGOCHAETA e HIRUDINEA

Poliquetas (muitas cerdas): 

    Possuem como principal característica a existência de muitas cerdas (parapódios) nas regiões laterais do corpo. Vivem predominantemente em ambiente marinho. Ex: Phyllodoce rosea

Oligoquetas (poucas cerdas): 

    Algumas espécies são marinhas, enquanto outras vivem na terra. Os oligoquetas são hermafroditas, podendo se reproduzir de forma assexuada ou sexuada. Possuem na epiderme o clitelo, cuja função é fabricar um casulo que guarda os ovos fecundados durante a reprodução. Ex: minhoca (lumbricus terrestris)

Hirudíneos (sem cerdas): 

    São principalmente terrestres e de água doce. Sua principal característica é a presença de ventosa ao redor da boca e na parte posterior do corpo. São hermafroditas, com fecundação destes anelídeos é cruzada e o desenvolvimento é direto. Ex: sanguessuga (hirudo medicinalis)

Características:

• Apresentam corpo alongado e cilíndrico, divido em anéis
• Triblásticos: 3 folhetos embrionários (endoderme,  mesoderme e ectoderme)
• Simetria Bilateral
• Metameria ou Segmentação (apomorfia): corpo segmentado com os metâmeros (segmentos) repetidos inúmeras vezes ao longo dele. Uma das  vantagens mais importantes da segmentação é que esta divide o corpo em uma série de compartimentos, cada um dos quais pode ser regulado de forma mais ou menos independente.  Assim, a evolução da segmentação proveu uma rede de especialização regional dos segmentos do corpo. O mais simples exemplo de especialização regional é encontrado em anelídeos nos quais o corpo pode ser fracamente dividido em CABEÇA, TÓRAX e ABDOMEM.  A especialização regional do corpo é o resultado de três processos: restrição, divergência e fusão.
• Presença de cerdas: são estruturas quitinosas que tem função na locomoção e ancoragem nos túneis para os anelídeos terrestres e auxiliam no deslocamento e na respiração branquial nos poliquetas (parapódios).
• Protostômios: blastóporo dá origem a boca.
• Celomados: presença de uma cavidade no interior da mesoderma (celoma verdadeiro ou esquizoceloma) preenchida por fluido e órgãos.
• Presença de cutícula protetora
• Presença de músculos bem desenvolvidos: longitudinais e circulares em cada segmento
• Nutrição: existem espécies predadoras que possuem mandíbulas para a captura de alimento; outras detritívoras ingerem sedimentos que constituem o solo (como as minhocas terrestres que possuem também cecos intestinais e tiflossole, modificações que aumentam muito a absorção do alimento); outras se alimentam por filtração. Além disso, ainda temos as sanguessugas alimentam-se de sangue de outros animais, por sucção.
• Sistema circulatório fechado: formado por vasos sanguíneos interligados, composto por um vaso sanguíneo dorsal e outro ventral, são musculosos e bombeiam o sangue para todo o corpo
• Sistema nervoso: formado por um par de gânglios cerebrais semelhantes a um cérebro que se localiza acima e a frente da faringe (anterior e dorsal), um anel de cordões nervosos ao redor da faringe, conecta-se a gânglios ventrais em cada segmento.
• Sistema digestório: completo. Geralmente composto por boca, faringe, papo, moela, intestino e ânus.
• Respiração: cutânea para os terrestres e branquial para os marinhos.
• Excreção: realizada através de nefrídeos ou metanefrídeos presentes em pares em cada segmento.
• Reprodução: são na sua maioria hermafroditas (monóicos), porém fazem apenas fecundação cruzada.

Mollusca

    Os Moluscos (do latim mollis = mole) são animais de pele fina e corpo mole que, normalmente, possuem carapaça (conchas) mineralizadas com carbonato de cálcio (CaCO3) para proteção. São encontrados em vários ambientes, desde o fundo do mar até o topo de montanhas, mas são dependentes da umidade.

Caraterísticas Gerais:

• Triblásticos;
• Protostômios;
• Esquizocelomados;
• Sistema nervoso ganglionar;
• Sistema digestório completo - boca, esôfago, intestino e ânus;
• Rádula (boca) - apomorfia;
• Esqueleto - concha - secretada pelo manto (feito de quitina, elastina, conchiolina e CaCO3);
• Sistema circulatório aberto (exceto cefalópodes, que tem sist. circulatório fechado)
• Respiração cutânea, branquial ou pulmonar.

Estrutura Corporal:

    O corpo dos moluscos pode ser divido em três partes: Cabeça, Pés e Massa visceral. A cabeça abriga os órgãos sensoriais, o pé, grande e muscular sustentam o corpo ventralmente, ou no caso do polvo Cabeça e Tentáculos. Abaixo da pele os moluscos têm uma camada chamada de manto que é um epitélio especial que secreta a concha e também é responsável pelas trocas gasosas nos moluscos terrestres. 

Funções do manto: o manto se estende por todo o corpo e tem duas funções: 1) A parte externa do manto secreta a concha pois contém células responsáveis pela deposição de carbonato de cálcio, 2) além o manto forma uma cavidade que protege os órgãos respiratórios, reprodutores e excretores. 

A concha 

      A concha apresenta três camadas: perióstraco, óstraco e hypóstraco.

1) Perióstraco

    Como vimos é o manto que secreta os componentes da concha. O periostacum é a primeira camada depositada por esse tecido nos moluscos jovens, ainda sem a concha. Essa camada é uma cobertura protetora e rígida composta de conchiolina. A conchiolina é uma proteína secretada pelo manto e é  uma das substâncias que compõem o nácar. É formada de queratina, colágeno e elastina. (A pérola contem aproximadamente 6% de conchiolina em sua estrutura. Algumas pérolas apresentam conchiolina em sua camada externa o que reduz o brilho e consequentemente seu valor, pois o que confere alto valor à pérola é a aragonita (uma das formas cristalinas do carbonato de cálcio, que é brilhante). A cor e a forma específicas do perióstraco difere conforme a espécie. O material da concha é continuamente depositado pelo manto à medida que o molusco cresce. Fatores ambientais como a disponibilidade de alimentos, temperatura, pH da agua, podem influenciar o desenvolvimento do animal, e, desta maneira, a formação da concha. Isso resulta no crescimento mais lento ou mais rápido o que forma linhas visíveis na superfície da concha.

2) Óstraco 

    A segunda camada da concha é feita de carbonato de cálcio -- o cálcio é extraído a partir dos alimentos e da água. O carbonato de cálcio pode formar dois tipos de cristais: calcita e aragonita, que são quimicamente idênticos, mas apresentam propriedades físicas diferentes. Em moluscos de água salgada, a segunda camada, o óstraco, é composta de minúsculos cristais hexagonais de calcita, enquanto em moluscos de água doce, ela contém cristais de aragonita, que são menos densos do que os de calcita.

3) Hipóstraco ou camada nacarada

    É a camada nacarada (camada mais interna que é constante e lentamente produzida pelo manto, ou seja, vai ficando cada vez mais grossa ao longo da vida do animal, pela deposição de carbonato de cálcio).  

    À medida que os cristais de aragonita são empilhados como tijolos se alternam com o revestimento de conchiolina. Cada camada de cristais de aragonita (uma variedade de carbonato de cálcio) varia em forma e orientação, além de refletir a luz e produzir a cor e a iridescência características do nácar, também chamado de madrepérola. Além disso, o manto protege o molusco de parasitas e detritos que eventualmente entrem no corpo do molusco, encombrindo-os com nácar, um processo que, no caso das ostras, resulta em pérolas.  

Sistema digestório 

    Os moluscos apresentam sistema digestório completo (boca, estomago, intestino e ânus e orgãos anexos como figado pâncreas etc.). Na base da boca, exceto os bivalves os moluscos apresentam uma estrutura chamada de rádula. A rádula (plural radulae ou radulas) é uma estrutura anatômica exclusiva dos moluscos; muitas vezes é comparada a uma língua com inúmeras fileiras de dentículos quitinosos voltados para trás e que são usados para raspar ou cortar o alimento em porções pequenas antes que possa entrar no esôfago para ser deglutido. Nos gastrópodes a rádula é usada da mesma maneira por ambos carnívoros e herbívoros. O número de dentículos presentes na rádula pode ser usado para identificação e classificação dos animais dentro do filo.

Sistema respiratório

    O sistema respiratório varia dentro do filo dos moluscos. Nas especies aquáticas ocorre a presença de branquias, já os moluscos terrestres respiram por pulmões e através da epiderme: respiração cutânea.

                 

Sistema nervoso

   O sistema nervoso é composto por um gânglio nervoso dorsal e dois pares de cordão nervoso dorsal  que conectam todos os gânglios dispersos pelo corpo. Há também diversas células sensoriais pelo corpo desses animais.

Sistema circulatório

     A maioria dos moluscos apresentam um sistema circulatório aberto ou lacunar no qual o sangue é bombeado por um coração, passando por algums vasos e em determinado momento sai desses vasos e passa a circular em uma cavidade chamada de hemocele, de onde estão os órgãos vitais do animal, o sangue então circula entre os tecidos levando os nutrientes e retirando os excretas e levando o oxigênio. Já os cefalópodes apresentam um sistema circulatório fechado no qual o sangue não sai das veias e artérias.

Sistema excretor 

     O sistema excretor é composto por pares de nefrídios que fazem a filtração dos líquidos corporais. Os nefrídios se abrem no celoma através de nefróstomas liberando os  

Sistema nervoso

     O sistema nervoso é composto por um gânglio nervoso dorsal na região da cabeça e dois pares de cordão nervoso dorsal que conectam todos os gânglios dispersos pelo corpo. Há também diversas células sensoriais pelo corpo desses animais.

Reprodução

     A fecundação pode ser tanto externa quanto interna formando larvas trocóforas (possuem várias fileiras de cílios) que se desenvolvem formando a larva véliger. 

Nematóides

Os nematóides (ou nematelmintos, do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, alongado e afilado nas extremidades. As diversas espécies presentes nesse filo podem viver em ambiente aquático, terrestre, serem parasitárias ou ter vida livre. Esse filo é o primeiro a apresentar uma cavidade corporal do tipo pseudoceloma, característica que posteriormente vai se desenvolver e dar origem ao celoma.

Características gerais dos Nematóides:

·         Triblásticos: possuem três folhetos embrionários (endoderme, mesoderme e ectoderme).

·         Corpo: cilíndrico, alongado e afilado nas extremidades

·         Cutícula: em seu revestimento, possuem uma camada resistente e fina denominada cutícula feita principalmente de quitina que protege-o tanto dos pHs baixos das secreções dos corpos hospedeiros quanto mecanicamente de cortes e semelhantes. Ela é substituída de tempo em tempo, num processo denominado muda ou ecdise, devido ao hormônio regulador chamado ecdisona. Por causa dela, apresentam crescimento descontínuo.

·         Pseudocelomados: apresentam uma cavidade corporal delimitada no período embrionário pelas meso e endoderme chamada pseudoceloma. A mesma tem função de distribuição de nutrientes e trocas gasosas (vascular). Além disso, funciona como um esqueleto hidrostático.

·         Sistema digestório: São seres protostômios (blastóporo dá origem a boca) e apresentam boca, intestino e ânus, ou seja, sistema digestório completo. Na boca possuem dentículos quitinosos que permitem a trituração do alimento e no intestino, por ele ser alongado, há a especialização de áreas de absorção de determinados nutrientes. Há digestão extracelular no intestino quando este libera enzimas para digerir o alimento.

·         Sistema nervoso: Do tipo anel nervoso periesofagiano (ou seja, ao redor da faringe/esôfago), existindo também dois cordões nervosos (dorsal e ventral).

·         Sistema excretor: do tipo “tubo em H”, apresentando dois tubos ao longo do corpo que se unem próximo a boca, tendo um poro excretor próximo a união.

·         Musculatura: possuem musculatura desenvolvida (longitudinal e circular), que permite o fácil deslocamento e flexões dorsoventrais.

·         Reprodução: apresentam gônadas na cavidade corporal (ovários e testículos) e são dioicos (sexos separados e fecundação interna). Os espermatozoides são ameboides, pois não possuem flagelos para sua locomoção e nesses metazoários não existem células ciliadas para facilitar a locomoção. Além disso, apresentam dimorfismo sexual, com o macho menor que a fêmea e com uma das pontas em forma de “gancho”.

Ciclo do Ascaris lumbricoides (lombriga):

      A contaminação ocorre através do consumo de alimentos que possuem os ovos da lombriga, que posteriormente vão eclodir no intestino, liberando uma larva que buscará a corrente sanguínea para atingir os órgãos e assim aumentar seu tamanho e modificar sua cutícula. Nesse período podem atingir os alvéolos pulmonares (causando problemas semelhantes ao da pneumonia) e também podem se locomover até a faringe que, ao serem engolidas, voltam ao intestino e lá se reproduzem e crescem. Nessa fase, diferenciam-se dos outros parasitas, pois tem a capacidade de produzir milhares de ovos. Por conseguinte, eliminam-se os ovos junto às fezes, que ao entrar em contato com a água, viabiliza a transmissão para plantas ou alimentos.